Vacina da gripe na rede privada: saiba quanto custa e diferenças entre imunizante do SUS

A campanha nacional de vacinação contra a gripe, uma iniciativa do Ministério da Saúde, teve início nesta semana. A imunização é destinada a grupos prioritários que apresentam maior risco de agravamento e morte pela doença (veja abaixo).

De acordo com o ministério, mais de 80 milhões de brasileiros fazem parte do público-alvo da campanha e poderão receber a vacina gratuitamente em postos do Sistema Único de Saúde (SUS). A dose oferecida é trivalente, que protege contra as três principais cepas do vírus influenza em circulação.

Para quem não faz parte dos grupos definidos pelo ministério ou optar por tomar a vacina na rede privada, os valores variam de uma região para outra. Em média, a dose é ofertada por valores que vão de R$ 89 a R$ 180 reais. A composição do imunizante é semelhante à da dose disponibilizada pelo SUS, com o acréscimo de uma cepa do vírus da gripe.

Os dois tipos de vacina, oferecidos pelo SUS e disponibilizados pela rede privada, são eficazes na prevenção do agravamento da doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), não há diferenças significativas entre as vacinas quanto à resposta imune, eficácia ou reações adversas.

Cenário da gripe no Brasil

O Ministério da Saúde espera retomar altas coberturas vacinais que sofreram queda nos últimos anos. Para reverter esse cenário, a meta da pasta é vacinar 90% do grupo prioritário em 2023.

Em 2019 e 2020, a cobertura vacinal contra a gripe atingiu 91% e 95%, respectivamente. Já em 2021, a queda no índice de vacinação refletiu em apenas 72% do público alvo vacinado. Em 2022, apenas 68% do público-alvo foi imunizado contra a gripe.

Já o número de mortes pela doença aumentou 78% nos últimos dois anos. Em 2021, 901 pessoas perderam a vida para a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pela influenza e em 2022, o número de mortes registradas foi de 1.612.

Nos últimos anos também houve um aumento de casos de influenza, o que destaca a importância da vacinação para evitar casos graves e mortes. Em 2021, 7,2 mil casos foram registrados e em 2022, esse número saltou para 12.169. Em 2023, 1,3 mil casos da doença já foram confirmados com 87 óbitos.

Composição da vacina

A gripe é causada por diferentes tipos de vírus influenza, sendo o A e o B os mais relevantes para humanos. A influenza A é classificada em diversos subtipos, com ênfase para o A (H1N1) e A (H3N2), responsáveis pela maioria dos casos. Já o Influenza B possui duas linhagens: Victoria e Yamagata.

A transmissão ocorre a partir do contato com as secreções eliminadas pelas vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao falar, espirrar ou tossir, mas também pode acontecer de forma indireta. Nessas situações, o indivíduo contrai o vírus ao levar as mãos à boca, nariz ou olhos após encostá-las em superfícies contaminadas.

Pessoas de todas as idades são suscetíveis ao vírus influenza, porém alguns grupos são mais propensos a desenvolver formas graves. Nesse sentido, destacam-se as gestantes, puérperas, adultos com mais de 60 anos, crianças com menos de cinco anos e indivíduos que apresentam doenças crônicas, especialmente cardiorrespiratórias, obesidade, diabetes e imunossupressão.

O Ministério da Saúde vai distribuir 80 milhões de doses da vacina influenza trivalente, produzida pelo Instituto Butantan, de forma escalonada de acordo com o avanço da campanha. A formulação da vacina é anualmente atualizada para que a dose seja efetiva na proteção contra as cepas do vírus que circularam no ano anterior.

A composição do imunizante segue orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para 2023, em conformidade com a orientação da OMS, o imunizante disponibilizado pelo SUS é composto pelas cepas: Influenza A/Sydney/5/2021 (H1N1) pdm09, Influenza A/Darwin/9/2021 (H3N2) e Influenza B/Áustria/1359417/2021 (Victoria).

Já a vacina disponível na rede privada, chamada quadrivalente, conta com a mesma formulação e o acréscimo de uma segunda cepa B, a Influenza B/Phuket/3073/2013 (Yamagata).

Proteção adicional

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), dois aspectos tornam a proteção adicional de duas linhagens do vírus B: a cocirculação das duas linhagens de influenza B em uma mesma estação, observada em todo o mundo, inclusive no Brasil, desde 2000, e o histórico de a linhagem de influenza B contida na vacina trivalente não ter sido a predominante em 50% das temporadas de gripe.

Desde 2021, os laboratórios que trazem as vacinas quadrivalentes para o Brasil registram suas vacinas para todas as pessoas acima de 6 meses de idade no volume de aplicação unitário de 0,5mL por dose. Não há diferenças significativas entre as vacinas quanto à resposta imune, eficácia ou reações adversas, de acordo com a SBIm.

Os efeitos adversos mais frequentes para os dois tipos de vacina ocorrem no local da aplicação: dor, vermelhidão e endurecimento em 15% a 20% dos vacinados. Essas reações costumam ser leves e desaparecem em até 48 horas.

Manifestações sistêmicas são mais raras, benignas e autolimitadas. Febre, mal-estar e dor muscular acometem menos de 10% dos vacinados, de 6 a 12 horas após a vacinação, e persistem por um a dois dias, geralmente na primeira vez em que a vacina é administrada. Reações anafiláticas são extremamente raras, segundo a SBIm.

Uma nova vacina de alta proteção contra a gripe chegou à rede privada. O imunizante Efluelda é quadrivalente e protege contra quatro cepas do vírus, sendo duas de influenza A e duas de influenza B. Além disso, apresenta quatro vezes mais antígenos, o que gera maior estímulo ao sistema imunológico.

Confira quais são os grupos prioritários da vacinação contra gripe:

  • Idosos com 60 anos e mais;
  • crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
  • gestantes e puérperas;
  • povos indígenas;
  • profissionais de saúde;
  • professores das escolas públicas e privadas;
  • pessoas com comorbidades;
  • pessoas com deficiência permanente;
  • Forças de segurança e salvamento;
  • Forças armadas;
  • caminhoneiros;
  • trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;
  • trabalhadores portuários;
  • funcionários do sistema prisional;
  • adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas,
  • população privada de liberdade.

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